As Espadas
A queima das espadas é uma tradição que fazia parte do São João de Cruz das Almas, na Bahia, e que foi proibida em 2002. Essa prática consistia em acender rojões presos em espadas de madeira, que eram manuseadas pelos participantes em um ritual de dança e devoção.
A história dessa tradição remonta ao período colonial, quando as festas juninas eram celebradas pelos escravos em homenagem aos santos São João, Santo Antônio e São Pedro. Segundo a lenda, a queima das espadas foi criada em homenagem a São João Batista, que teria sido decapitado por Herodes, o que explicaria o uso das espadas de madeira.
Com o passar do tempo, a queima das espadas tornou-se uma tradição popular, que atraía milhares de turistas e moradores locais para assistir ao espetáculo. No entanto, a prática também gerou muita polêmica, já que os rojões presos às espadas poderiam causar acidentes e lesões graves aos participantes e aos espectadores.
Em 2002, o Ministério Público do Estado da Bahia proibiu a queima das espadas, alegando que a tradição colocava em risco a vida das pessoas e que não havia como garantir a segurança do evento. A proibição gerou muita polêmica e indignação entre os moradores de Cruz das Almas, que acreditavam que a tradição fazia parte da cultura local e que poderia ser mantida com segurança.
Atualmente, a queima das espadas não é mais realizada oficialmente no São João de Cruz das Almas, mas ainda há grupos de pessoas que continuam a praticar essa tradição de forma clandestina. Mesmo assim, é importante ressaltar que a segurança deve sempre ser prioridade em qualquer evento, e que as tradições devem ser mantidas desde que não coloquem em risco a vida das pessoas.